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Pesca Artesanal e Surf    

      Os habitantes locais de Florianópolis, capital do estado de Santa Catarina, possuem diversas identidades em relação a sua cidade. Os moradores do centro da cidade, vivem uma realidade do cotidiano comercial que é direcionado para diversas áreas fora do litoral. Já as pessoas que moram nas áreas litorâneas, vivem mais intensamente esse estereótipo que tenta colocar a cidade como uma cidade de pescas artesanais, surf e turismo.

         Dentre a população litorânea, existem alguns problemas que os moradores do centro não vivem tão intensamente. É notória no litoral catarinense a tensão entre surfistas e pescadores pela posse do mar entre os meses de maio e julho. Apenas nesses três meses é permitida a pesca da tainha, mas é também neste período que as praias costumam receber as melhores ondas do ano. Nessa época problemas ficam mais intensos de ambos os lados.

            Para os Pescadores a pesca artesanal é muito importante para sua economia. Porém tal modalidade de pesca possui uma tendência de declínio, e como incentivo de sua atuação, vem recebendo subsídios econômicos do governo, por meio dos créditos bancários e da redução de cargas tributárias, como a subvenção do óleo diesel. O governo de Santa Catarina coloca nos principais áreas de pesca a chamada “Bandeira branca” para que o surf seja proibido e para que não prejudique a pesca. Entretanto, muitas vezes os surfistas desconsideram essa marcação territorial posta pelo Estado.

            A divisão do usufruto do mar não é somente entre Pescadores e Surfistas. Tal divisão também ocorre entre os próprios surfistas nativos e estrangeiros. O aumento de estrangeiros na ilha tem causado desagrado aos nativos que passam a exigir prioridade em relação a esses estrangeiros nas praias, certos locais da ilha como, Joaquina, Campeche, Morro das Pedras, Santinho, Matadeiro, Solidão e Ingleses são exemplos desses “conflitos pelas ondas”, a formação de movimentos “Fora Haole!” são resultados desses conflitos. Haole é uma expressão usada no Havaí para designar de maneira pejorativa aqueles que vêm de fora do arquipélago, expressão esta que também é utilizada aqui na ilha.

            Manifestações nativas que dividem o mar para que os estrangeiros não surfem em seus lugares preferidos. Durante o verão o mar realmente fica muito disputado devido ao turismo nas praias de Florianópolis e competição pelas ondas entre os surfistas, mas não ofuscando a grande tensão que ocorre no inverno durante a temporada da pesca da tainha. Todavia alguns Pescadores ignoram em outras épocas que não é a da Tainha, e jogam suas redes no mar onde o surf é intenso, isso acaba ocasionando danos a surfistas e turistas. Algumas praias têm regras definidas a fim de garantir a paz entre esportistas e trabalhadores. Leis têm sido criadas para amenizar o impasse.

Além desses motivos, muitos outros existem para que estes dois grupos entrem em conflito. O site “O Mar é para quem?” procura desvendar, debater de forma crítica com ambos os lados utilizando comentários (opinião pública e privada), fotos, documentários e jornais para criar uma narrativa histórica atual entre este conflito que afeta as populações litorâneas e não a cidade. O site será fundamentalmente voltado para discentes com uma área especial para apoio a docentes.

Discentes: Gabriel Trindade, Isabel Bernardes e Willian Rodrigues.

Docente: Ana Luíza Andrade.

O Mar é para Quem ?

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